O Brasil do amanhã e a experiência do consumo são temas do Expomusic Talks. Ricardo Michellazzo, da GS&EComm, explicou que o Brasil perdeu quatro pilares que afetam diretamente o consumo: desemprego em alta, queda da renda, crédito caro e desconfiança do consumidor, que geraram o quadro de incerteza. Segundo ele, em 2015 só o setor de farmácia cresceu, e este ano não há mercado em crescimento.

Como após graves crises há períodos de crescimento, como os registrados nos anos 30, 80, 90 e 2008, Michellazzo fez um exercício de olhar o País dentro de 20 anos, quando teremos 227 milhões de brasileiros. Um crescimento duas vezes superior ao de Portugal, uma vez o do Chile e um terço o da França, por exemplo. A geração Z e os millennials serão 63% dos consumidores, e 40% da população terá mais de 50 anos. Quem não estiver atento a esse fenômeno não vai vender, segundo ele. “A experiência da compra já é um fator competitivo”, disse.

Diretor de Vendas e TI da Time Four Fun, maior promotora de shows e eventos musicais do País, Fábio Mori narrou sobre os cases do evento Tomorrow Land e Lollapalooza, entre tendências de “ticketeria”. No caso do Tomorrow Land, entregaram ao comprador do ingresso uma caixa contendo uma chave, que ao abrir o mimo dava acesso a uma pulseira-ingresso com a qual se podia pagar todo o consumo nos dias de show. A experiência foi compartilhada nas mídias sociais, viralizou e ainda aumentou em 30% o consumo no evento.

Especialista em experiências de compra no varejo, Camila Salek, da Vimer Experience Merch, trouxe informações sobre exemplos bem-sucedidos de lojas e redes que fazem de seus espaços experiências de relacionamento com a marca e seus produtos. Camila disse que as empresas ainda estão presas ao formato de se organizar por produtos, categorias e canais, quando deveriam ter um olhar para o olhar do consumidor. Ela observou, ainda, que há um conflito de canais. Por exemplo: o consumidor visita a loja, experimenta o produto e acaba comprando na internet, por ser mais em conta.

O case da empresa Ikec, uma loja virtual, onde por catálogo o consumidor pode dimensionar se o móvel serve no seu espaço, foi usado por ela para mostrar como a tecnologia pode e deve ser usada para produzir uma experiência de consumo bem-sucedida.

Por fim, Pedro Eugênio, criador da Black Friday no Brasil em 2010, mostrou como a iniciativa mudou o Natal de lugar, na tentativa de levar o consumidor para o ecommerce. A data, na verdade, é o que Pedro chama de egoísta, porque o consumidor compra para ele, e não para presentear. Mais de 60% do consumidor da Black Friday tem entre 18 e 44 anos. De um faturamento de R$ 3 milhões no primeiro ano, a Black Friday saltou para R$ 1,5 bilhão ano passado. Segundo o executivo, este ano deve superar R$ 2 bilhões. O ticket médio é de 3 a 4 vezes maior que um dia comum do varejo.

Conteúdo, networking e uma verdadeira imersão em tendências e soluções inovadoras para ampliar os resultados de vendas, marketing e comunicação. Esta é a proposta do Expomusic Talks, mais uma ação inédita na programação da Expomusic 2016 – Feira Internacional da Música, que acontece de 21 a 25 de setembro no Anhembi, em São Paulo.

Serão cinco dias, sempre das 10h às 21h (ou seja, antes do horário de abertura da feira), de painéis e palestras de curta duração (cerca de 30 minutos), no estilo dos mais conceituados talks internacionais. Os encontros vão conectar profissionais do mundo da música com experts das áreas de comunicação, tecnologia, marketing digital, inovação, conteúdo e gestão, entre outros.

As inscrições para o Expomusic Talks são gratuitas e devem ser feitas pelo site. Veja a relação completa dos palestrantes aqui: http://www.expomusic.com.br/2016/talkspalestrantes.asp.