Kunumi MC: o rapper indígena que faz versos sobre demarcação de terra
Aos 16 anos e morando numa aldeia em Parelheiros, na zona sul de São Paulo, ele canta não só sobre o cotidiano, mas também sobre os direitos e a luta dos índios.
Aos 16 anos, Werá Jeguaka Mirim fala da realidade sob o ponto de vista dos indígenas por meio de versos.
Ele é um rapper de origem guarani que mora na aldeia de Krukutu, na região de Parelheiros, na zona sul de São Paulo.
“Estou tentando dar a voz para o mundo no meu rap, para defender os parentes, defender o seu povo, para falar sobre como é a realidade”, diz.
Mirim apresenta-se com o nome de Kunumi MC, palavra que no português derivou em “curumim”, cantando sobre o cotidiano e a luta dos povos indígenas.
Ele virou garoto-propaganda da causa indígena durante a Copa do Mundo de 2014. Logo após entrar em campo com outros adolescentes para soltar pombas brancas antes do jogo entre Brasil e Croácia, ele levantou uma faixa escondida dentro de seu calção, que dizia: “Demarcação”.
“Quando participei na Copa do Mundo, não sabia nada do que era demarcação. Hoje, aprendi que demarcando as terras indígenas você vai preservar a cultura. Aqui no Brasil, tem mais de 300 povos indígenas com cultura e língua diferentes”, opina.
Seu álbum de estreia, My Blood is Red, foi lançado no ano passado e contém seis faixas, entre as quais Guarani Kaiowá, Justiça e Tentando Demarcar.
Ele também gravou com o cantor Crioulo a canção “Terra, Ar, Mar”.
Fonte: G1