02/08/2013
Por: portal

Festival de Música recomeça

A 27ª edição do Festival Internacional de Música de Macau traz ópera, jazz e fado aos palcos do território. O evento conta com a participação de seis orquestras e fecha com um musical da Broadway. Portugal está presente através de cinco espectáculos. Warren Mok deixa de ser o director do evento.

Inês Santinhos Gonçalves

Vinte e dois espectáculos integram a 27ª edição do Festival Internacional de Música de Macau (FIMM), que se realiza entre 2 de Outubro e 3 de Novembro. Nesta edição, com o maior orçamento até à data, 36 milhões de patacas, participam artistas dos Estados Unidos, Alemanha, Rússia, Portugal, Espanha, Áustria Sérvia, Letónia, Lituânia, Noruega, Coreia do Sul, China Continental e Taiwan.

Portugal chega-nos através de cinco projectos. A Orquestra Gulbenkian, composta por 66 instrumentistas, actua a 18 de Outubro no Grande Auditório do Centro Cultural. Duas bandas actuam em simultâneo, Aduf e Quinteto Lisboa, no dia 20 de Outubro: a primeira recupera o adufe mas eleva o instrumento tradicional a uma escala diferente, já que em palco vão estar adufes gigantes; a segunda usa jovens fadistas para dar voz ao “novo movimento de música urbana portuguesa” – deste grupo fazem parte João Gil (composição e guitarra), João Monge (letrista) e os cantores María Berasarte e Hélder Moutinho.

O projecto Iberian Jazz All Stars, que actua na Fortaleza do Monte a 12 de Outubro, junta músicos de Portugal e Espanha, entre eles o baixista Zé Eduardo, visita habitual do território. Os membros deste grupo vão realizar, durante o Verão, dois workshops de jazz – alguns formandos vão depois ser escolhidos para se juntarem ao concerto, sob o nome Macau Big Band.

De Macau mas com um toque português, chega-nos um espectáculo que coloca o património em lugar de destaque. Nos dias 24, 25 e 26 de Outubro, a Casa do Mandarim acolhe músicos locais que vão tocar e cantar fado, património imaterial da humanidade, juntamente com artistas que interpretam Naamyam Cantonenses, canções narrativas originalmente cantadas por cegos, sobre a vida difícil das classes mais baixas, e que são património imaterial de Macau.

De Taiwan vem a cantora indie Deserts Xuan e a sua banda Algae, que actua a 18 de Outubro na Fortaleza do Monte. O concerto será antecedido pela banda local L.A.V.Y.

Silje Nergaard traz da Noruega o seu mais recente álbum de jazz, “Unclouded”, que sobe ao palco do Teatro D. Pedro V a 31 de Outubro. A Orquestra Chinesa de Macau apresenta um concerto com clássicos da televisão e cinema chineses, recuperando temas da série televisiva “Sonho do Pavilhão Vermelho” e dos filmes “O Tigre e o Dragão” e “O Último Imperador” – para assistir do Grande Auditório do Centro Cultural.

Para assinalar o bicentenário do nascimento de Richard Wagner e Giusepe Verdi vão ser apresentadas as óperas Das Rheingold e Aida, pela Ópera Nacional da Letónia.

A fechar o festival, de 1 a 3 de Novembro, o espectáculo da Broadway “Miss Saigão”, de Alain Boublil e Claude-Michel Schönberg, os criadores de “Les Misérables”.

Os bilhetes são postos à venda no dia 4 de Agosto, com descontos de 40 por cento para quem os comprar até dia 18 desse mês. Segundo o Instituto Cultural, nas últimas duas edições foram vendidos sempre mais de 90 por cento dos bilhetes. A audiência é habitualmente composta em 80 por cento por público local.

De director a consultor

Este ano, o FIMM traz uma novidade em termos de organização: Warren Mok deixa de ser o director artístico e o evento passa a ser dirigido por um conselho consultivo, a que o tenor faz parte. O vice-presidente do Instituto Cultural, Leung Hio Ming, justificou esta mudança com a necessidade de ter “cérebros de muitas pessoas” para trabalhar no “desenvolvimento do FIMM”. “Tem sido sempre Warren Mok. Decidimos agora criar uma equipa, um grupo de consultores. Temos personalidades de vários ramos da música para assegurar a qualidade”, apontou.

Mok, que desde a transferência dirige o festival, vê a mudança como “interessante”. “Vamos ter consultores de várias partes do mundo, da Inglaterra, da China Continental, de Macau. É um grupo diverso. Junta diferentes dimensões de programação”, comentou, à margem da apresentação do programa. “Espero que corra pelo melhor. Mais cabeças vão trazer ideias novas. Estamos sempre a andar para a frente”, acrescentou.

Questionado sobre a relevância do seu papel nesta edição, o tenor disse esperar manter uma voz activa e salientou a sua ligação ao território: “Espero que sim. Eles disseram que tenho de participar em todas as reuniões. Estou muito ligado a Macau. Vim cantar cá em 1993 e cantei durante sete anos. Depois tornei-me director por 13 anos. São 20 anos, faço parte de Macau, posso dizer que sou macaense, é a minha casa. Não é apenas um local de trabalho, adoro viver aqui. Não importa qual for a minha posição ou título, apoio sempre a vida cultural de Macau”.

Fonte: Ponto Final

 





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