Luau Natiruts une clássicos do reggae em encontro histórico
Um encontro de clássicos. Nem mesmo o mais otimista dos fãs apostaria que o Luau Natiruts – realizado na noite desta quinta-feira, 8, no Wet’n Wild – iria reunir tantos nomes do reggae (ou não) em um só evento, proporcionando uma experiência única para quem acompanha a produção destes artistas e pôde rememorar os maiores sucessos das últimas décadas.
A forte chuva que atingiu a capital baiana durante o dia não impediu os regueiros baianos de celebrar a música imortalizada por Bob Marley. Pelo contrário. Segundo o anfitrião da noite, o cantor Alexandre Carlo, vocalista do Natiruts, ela foi um personagem importante no cenário produzido para a gravação do DVD.
“É sempre um prazer tocar em Salvador e ver que todos enfrentaram a chuva para estar aqui. Aliás, vocês pediram a chuva, que é abençoada, e quem curte reggae sabe bem o que é isso”, disse ele após a canção de abertura do show, “Presente de um beija-flor”.
Na sequência, o público seguiu atentamente a movimentação de artistas que se revezavam para apresentar sucessos da banda brasiliense e/ou canções próprias. Já era quase meia-noite quando o primeiro convidado subiu ao palco. Junto com Alexandre, o gaúcho Armandinho cantou a música “Desenho de Deus”, que o lançou nacionalmente. Assim como ele, Edu Ribeiro também mostrou a canção que o revelou, “Me Namora”.
Maskavo, Chimarruts, Planta e Raiz, Ponto de Equilíbrio e Cidade Negra reuniram diferentes estilos musicais produzidos no Brasil, que passaram por Salvador – considerado um dos polos mais importantes do reggae nacional, assim como o estado do Maranhão – e são admirados pelo público baiano.
Gilberto Gil foi um dos convidados do Natiruts (Foto: Divulgação)
“Nosso primeiro show aqui foi em 1998, no dia em que o Brasil perdeu a Copa do Mundo para a França, mas o local do evento estava lotado. Salvador é uma das capitais do reggae, palmas para ela por ter abrigado este encontro magnífico e histórico”, enfatizou o vocalista do Natiruts. “Hoje, a força do reggae está junta”, completou o carioca Toni Garrido, líder do Cidade Negra.
O autêntico reggae baiano também não poderia ficar de fora do show, que promete entrar para a história como um dos mais amplos encontros musicais registrados no país. Por lá passaram os principais representantes do estado, como Edson Gomes – um dos mais aplaudidos com sua “Malandrinha” -, Sine Calmon e Duda, da banda Diamba, que homenageou o primeiro disco da carreira cantando “Caribbean Nights”.
A presença de três “intrusos” de outros estilos não causou nenhum desconforto no público, que está intimamente ligado às suas trajetórias: o cantor Saulo, que sempre esteve distante do rótulo de “cantor de axé” e sempre manteve uma boa relação com o reggae; a unanimidade Ivete Sangalo e o ídolo Gilberto Gil, que possui um álbum dedicado exclusivamente ao reggae, Kaya N’Gan Daya, com partes gravadas no lendário estúdio jamaicano Tuff Gong, criado por Bob Marley.
Encontro no Wet’n Wild entrou para a história do reggae (Foto: Reprodução | Facebook)
Gil apresentou “Vamos Fugir” e sua famosa versão de “No Woman no Cry”. Já Saulo e Ivete apostaram em repertórios do Natiruts, com “Quero ser feliz também” e “Natiruts Reggae Power”.
Como em todo show de reggae, Bob Marley recebeu mais uma merecida homenagem. Desta vez, o tributo foi encabeçado pelo filho, Julian Marley, que retornou à capital baiana na turnê The Wailers Reunion, à frente do grupo fundado pelo pai. A lendária The Wailers fechou a noite (ou abriu o dia), com uma apresentação própria recheada de singles e hinos do rei do reggae mundial. Para quem deseja (re)viver um pouquinho desta experiência única, o jeito é aguardar o lançamento do DVD.
Fonte: A Tarde – Uol