04/02/2015
Por: marketing

Orquestra Afrosinfônica lança primeiro álbum nesta quarta

  • O disco surge após cinco anos de trabalho

Cânticos em iorubá embalados em belos arranjos orquestrais para sopros, percussão e vocais. Em linhas gerais, é isso que oferece o primeiro álbum da Orquestra Afrosinfônica, cujo show de lançamento acontece hoje, no Sesc Pelourinho.

Intitulado Branco, o álbum traz dez faixas que unem a ancestralidade do batuque dos terreiros afro-brasileiros com a linguagem das orquestras europeias. Uma tradução muito acertada para o que poderia ser a cultura de  uma certa civilização tropical sul-americana.

Mérito do maestro Ubiratan Marques, idealizador da Orquestra, autor e arranjador da maioria das faixas. “Sempre tive uma ligação muito forte com essa música. Venho de uma família de raiz africana ligada aos orixás”, conta.

Claro que Ubiratan não fez tudo sozinho. Além das mais de duas dezenas de músicos efetivos na Orquestra, ele conta com a colaboração ativa de pelo menos dois grandes nomes da música baiana ligados tanto na cultura afro, quanto na academia: Gilberto Santiago (maestro assistente) e Mateus Aleluia (coautor de três faixas e que participa do show).

Da Reflexu’s para São Paulo

Com uma longa carreira no currículo, Ubiratan começou nos anos 1980, tocando na Banda Reflexu’s e com Gerônimo. Formado em Composição e Regência pela Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, ele se mudou para São Paulo nos anos 1990, onde morou por dez anos.

“Lá, eu trabalhei muito fazendo arranjos para a Orquestra Jazz Sinfônica, que tem um olhar para a cultura brasileira. Comecei a pensar que seria muito bom ter um projeto similar em Salvador, voltado para esse universo da música afro-brasileira”, relata Ubiratan.

“Então, esse conceito da Afrosinfônica nasce da minha convivência com a música sinfônica erudita, mas com um olhar muito claro, que é fazer aquilo que Beethoven já fazia: a música do lugar dele”, acrescenta.

Do Núcleo para a Orquestra

Foi após um concerto dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, que contou com a participação de Gerônimo, que Ubiratan teve o primeiro vislumbre daquilo que se propunha a fazer. “Ali eu posso  dizer que foi o primeiro embrião da coisa. Pude ouvir e constatar que, realmente, era aquilo que eu estava buscando”, afirma.

De volta à Bahia em 2007, Ubiratan fundou com Gilberto Santiago o Núcleo Moderno de Música, uma escola em um casarão no Pelourinho. “Até 2012, demos aula para todos os músicos  profissionais que tocam com os grandes artistas. Os cursos trabalhavam essa linguagem de arranjos e harmonias para música brasileira. Mas o conceito era também expandir a mente para a literatura, o cinema e outras artes”, diz.

“Tivemos quase 500 alunos. Assim, naturalmente, aconteceu o projeto da Afrosinfônica e os primeiros ensaios”, conta.

Dali em diante, foi muito trabalho até o lindo resultado que se ouve em Branco. Modesto, Ubiratan diz que “a fundação da Orquestra foi coletiva. Por mais que a ideia estivesse na minha cabeça, eles precisaram apostar, dizer ‘vamos fazer’, com a ideia de simplesmente fazer música e tentar encontrar isso que, depois de cinco anos de trabalho, a gente não sabia como seria, mas veio”, reflete.

“Agora vamos tentar levar o concerto a outros lugares. Já há convites”, conclui.

Fonte: A Tarde

 





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