Festival de Música Instrumental celebra 20 edições
Já pode marcar no seu calendário de aniversários: essa é a semana para comemorar os vinte anos do Festival de Música Instrumental da Bahia.
A abertura do evento, nesta terça-feira, 12, já anuncia uma edição inovadora. O festival ganha um segundo palco, o também aniversariante Museu Náutico da Bahia – que, igualmente, comemora 20 anos. É lá que acontece o evento Música e Astronomia, com exposição, palestras, mesas redondas e show do grupo SSA – Som Soteropolitano Ambulante.
A seguir, na sala principal do Teatro Castro Alves, o festival marca sua vigésima edição com apresentações de 12 instrumentistas do Brasil e da Argentina. De quinta até domingo, três artistas por noite fazem seus shows sob a proposta de diversidade do evento.
“A gente procura sempre diversificar, trazer o novo e o antigo, tudo equilibrado”, explica o maestro Zeca Freitas, que divide a curadoria do festival com o produtor e músico Fernando Marinho.
Novos ares, velhos pares
Ao todo, 70 artistas se inscreveram para participar desta edição comemorativa. Desse número, 12 foram selecionados para se apresentar durante os quatro dias. “A gente procura sempre diversificar, trazer o novo e o antigo, tudo equilibrado”, explica Zeca Freitas.
Assim, as atrações mostram a pluralidade de gêneros existentes na música instrumental. Na mistura, o eletrônico do grupo Bahia Bass ganha espaço ao lado do já conhecido forró do músico Targino Gondim e do Quinteto Sanfônico.
O Festival de Música Instrumental da Bahia segue com a volta do Bonde Xadrez aos palcos do evento, 15 anos após sua última apresentação, e com o lançamento de Um Segundo, novo disco do guitarrista Jurandir Santana.
Beto Martins, que levou o Prêmio Caymmi de Música na categoria Intérprete Instrumentista, também deixa sua marca. “Eu acompanho o festival já tem mais de dez edições, como ouvinte”, conta. Agora, como artista, ele apresenta o repertório do disco Música Sem Fronteiras.
Mais de vinte anos
A marca da vigésima edição não quer dizer que o evento comemora vinte anos de realizações consecutivas. A estreia do Festival de Música Instrumental da Bahia, na verdade, aconteceu em 1980, numa inciativa do próprio Zeca Freitas, a convite de Fred Dantas e Franklin de Oliveira.
A falta de verba, contudo, fez com que o evento ficasse 13 anos sem acontecer. “O Brasil sofria uma crise”, conta Zeca Freitas. “O pouco apoio que a gente tinha acabou. Não tinha condição”. Assim, como outros eventos culturais, o festival não resistiu e realizou sua última edição em 1988.
A crise econômica do país na década de 1980 coincidiu com o fato de que muitos instrumentistas foram requisitados pela axé music, que vivia então seu apogeu. Os artistas, segundo Freitas, “nunca tinham tido oportunidade de ganhar tanto dinheiro quanto os mais destacados ganharam durante muitos anos com o axé”.
Treze anos depois, e com a ajuda de amigos, o festival retornou em 2001. Hoje, ele segue com o apoio do Fundo de Cultura, da Secretaria de Cultura, da Secretaria da Fazenda e do Governo da Bahia.
Fonte: A tarde – Uol