Estradas que cantam: como ranhuras na via podem produzir música e controlar a velocidade
Minúsculos obstáculos na estrada, ‘bandas sonoras’ geram vibração tátil no carro que emite notas musicais que formam uma música, mas só para os carros que percorrem a vida na velocidade recomendada.
RANHURAS NA ESTRADA GERAM VIBRAÇÕES E SERVEM TRADICIONALMENTE COMO ALERTA
São chamadas de “bandas sonoras” as saliências colocadas em estradas para forçar motoristas a reduzir a velocidade. Quando o pneu do carro entra em contato com essas pequenas saliências no asfalto, o carro vibra. Quanto mais alta a velocidade do veículo, maior a vibração e o barulho, e o incômodo força o motorista a reduzir a velocidade.
As bandas sonoras têm sido usadas agora por engenheiros de tráfego de vários lugares do mundo para trazer um aspecto de “gamificação” nessa técnica de redução de velocidades para prevenção de acidentes. A “gamificação”, termo emprestado do inglês “gamification”, é o processo de incluir em atividades cotidianas desafios que geram recompensas.
Nesse caso, a ideia é projetar e construir as bandas sonoras para que a vibração específica gerada pelo contato entre os pneus e as saliências resulte em notas musicais. Se o motorista mantiver a velocidade recomendada, ele poderá ouvir música ao passar por cima das ranhuras, que nesses casos são colocadas de forma contínua na pista.
A ideia é que a busca pelo resultado divertido encoraje os motoristas a se manter dentro da velocidade indicada – quem passa pelas faixas acima da velocidade escuta a música distorcida, muito aguda. Já uma velocidade muito abaixo do recomendado entrega uma melodia distorcida e arrastada.
Os produtores do programa Crowd Control, do canal National Geographic, usaram o conceito para empregar um experimento em uma das estradas mais famosas dos EUA: a rota 66, no estado do Novo México.
Veja aqui o experimento:
As estradas que tocam música geralmente são sinalizadas com uma clave de sol. No Japão, há pelo menos quatro estradas com bandas sonoras que tocam melodias quando atravessadas na velocidade certa – uma delas é a estrada que leva ao Monte Fuji. Nesse caso, o projeto foi concebido como uma medida para atrair turistas. Há iniciativas do tipo também no México, na Dinamarca e na Coréia do Sul.
O exemplo do Japão: