Após bater R$ 2,41, dólar opera em baixa em dia de leilões do BC
BC anunciou para esta terça a venda até US$ 4 bilhões no mercado à vista. Na segunda-feira, moeda fechou em alta de 0,83%, a R$ 2,4159.
Após fechar acima de R$ 2,41 na segunda-feira (19), atingindo a maior cotação desde março de 2009, o dólar opera em baixa nesta terça-feira (20), mas ainda rondava o patamar de R$ 2,40, após o Banco Central endurecer o seu discurso e as suas atuações.
Perto das 14h, a moeda norte-americana caía 0,76%, a R$ 2,3975.
Para derrubar a cotação da moeda norte-americana, o BC já realizou dois leilões de swap cambial tradicional (que equivale a uma venda de dólar no mercado futuro) nesta sessão.
Em ambas as oportunidades, o BC vendeu todos os 20 mil contratos ofertados em cada, tanto no leilão de novos papéis que tem vencimento em 2 de janeiro do ano que vem como no de rolagem, com prazo para 1º de abril de 2014. O volume financeiro foi de US$ 993,4 milhões e US$ 986,3 milhões, respectivamente.
Depois, o BC realizou leilão de linha, no qual foram ofertados US$ 4 bilhões no mercado à vista, com compromisso de recompra. Logo após os horários finais das ofertas, a divisa manteve o ritmo de queda.
Os operadores afirmaram que o efeito na cotação do leilão de linha é minimizado porque os bancos compram o dólar e sabem que terão de devolvê-lo nas duas datas estipuladas pelo BC: 2 de janeiro e 1º de abril de 2014, destaca a Reuters.
O BC demonstrou na segunda-feira que está determinado na tarefa de conter o movimento de valorização do dólar em relação ao real.Além dos leilões, o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, sublinhou que aqueles que “apostam em movimentos unidirecionais da moeda” poderão ter perdas e reforçou que continuará ofertando proteção aos agentes econômicos e liquidez aos mercados.
Já ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a situação do dólar, embora estressada, está sob controle. Ele mandou um recado aos investidores dizendo para não esquecerem que o câmbio é flutuante e, portanto, não fazerem apostas arriscadas.
Ele citou que o país tem US$ 370 bilhões em reservas internacionais caso seja necessária uma intervenção mais forte no câmbio. O número leva em conta o conceito liquidez internacional, que considera, além do valor em caixa (o que o governo tem disponível em dólares), os títulos em moeda estrangeira e outros recursos detidos pelo Banco Central.
Cotação de segunda-feira
Na segunda-feira (19), o dólar norte-americano fechou em alta, acima de R$ 2,41, influenciado pelos movimentos no exterior e pela persistente desconfiança de investidores com a economia brasileira, mesmo após o Banco Central ter realizado três leilões de swap cambial e anunciado venda no mercado à vista para esta terça-feira.
A moeda fechou em alta de 0,83%, a R$ 2,4159, na maior cotação desde 2 de março de 2009. Na máxima do dia, a divisa norte-americana chegou a subir 1,37%, cotada a R$ 2,4288. No mês, a moeda tem alta de 5,58% e no ano, acumula valorização de 18,15%.
Influências para alta do dólar
O que tem influenciado a alta do dólar nos últimos dias é a expectativa dos investidores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) começará a reduzir seu programa de estímulos à economia do país a partir de setembro.
O Fed compra US$ 85 bilhões em títulos hipotecários e dívida do Tesouro norte-americano por mês, em seus esforços para dar força a uma economia ainda desafiada por aperto fiscal federal e fraco crescimento no cenário internacional.
Com a compra, o Fed “injeta” dólares no mundo. Com a expectativa do fim dos estímulos e da redução da quantidade de dólares no mercado, os investidores compram mais a moeda, o que faz o dólar se valorizar.
Fonte: G1