Depois de 18 anos, Faith No More está de volta para implodir o castelo do pop
No novo disco, Sol Invictus, banda retoma as pauladas doentias que gravou após sucesso
O vocalista Mike Patton criou a gravadora Ipecac e se associou a projetos malucos como Mr. Bungle, Fantômas, Peeping Tom e Tomahawk. O baixista Billy Gouldtornou-se chefe de selo Kooralow Records. O tecladista Roddy Bottum fundou a banda indie fofinha Imperial Teen. O baterista Mike Bordin estava excursionando comOzzy Osbourne. Com exceção do guitarrista Jim Martin, que preferiu continuar em San Francisco cultivando abóboras, nada disso foi capaz de fazer os integrantes originais resistirem à tentação de voltar com o Faith No More.
O que poderia ser encarado como autossabotagem revela-se a força que, passado tanto tempo, move o novo trabalho. Com Jon Hudson na guitarra (o mesmo do anterior Album of the Year), a assinatura musical da banda aparece intacta também em Sunny Side Up, Rise of the Fall ou Black Friday: peso e delicadeza, gritaria e sussurro, velocidade e calmaria. Quando teve tudo para imperar nas paradas, o Faith No More radicalizou. Agora que o trono está dividido entre soberanos nanicos, chegou a hora de implodir o que resta do castelo do pop.