Festival de Verão gera 20 mil empregos temporários
Para erguer e operar a Cidade da Música – um espaço de 90 mil m² no Parque de Exposições – o Festival de Verão emprega 5 mil pessoas. Outras 15 mil vagas são abertas por empresas patrocinadoras, parceiras e fornecedoras em ações promocionais específicas e na operação de seus próprios espaços.
Estácio Gonzales, diretor do festival, explicou que são vários tipos de contrato temporário, que variam de 90 a 7 dias de duração. A maioria dos contratados está acima dos 20 anos, é do sexo masculino e com 2º grau completo. A maioria de homens se deve ao fato de que a área de construção civil é majoritariamente ocupada por operários. Uma das principais demandas do Festival de Verão é a montagem de palcos, camarotes, bares e restaurantes.
As vagas, ainda segundo Gonzales, são preferencialmente ocupadas por quem já trabalhou em edições anteriores. Mas isso não impede que interessados enviem seus currículos para a organização do evento (Icontent, empresa de entretenimento da Rede Bahia). “Estamos abertos para o recebimento de currículos e de indicações durante todo o ano”, disse.
As contratações diretas e indiretas não são responsabilidade exclusiva da Icontent. Elas são feitas também pelas empresas contratadas para montar e operar o festival. Bem como pelas empresas patrocinadoras e parceiras. No caso da Icontent, a seleção é simples, baseada na análise do currículo e em entrevista. O domínio de uma língua estrangeira, porém, é um diferencial. “Alguns de nossos produtores têm de fazer a interface com artistas internacionais”, justificou o diretor.
Networking
Em época de mercado de trabalho aquecido, em que nem sempre vale a pena apostar em vagas temporárias, os contratados pelo Festival de Verão têm em comum a aposta na probabilidade de contratação, da recontratação em edições futuras, na visibilidade do evento, na experiência de participar de um dos maiores festivais de música do país e também na chance de conhecer artistas e de aproveitar os shows e o calor da festa.
Pablo Gomes, 37 anos, trabalha no festival há 12 edições. Nas cinco primeiras foi assistente de relações públicas, função responsável pelo trânsito de artistas entre os camarotes dos organizadores e patrocinadores do evento. Há sete anos ele trabalha como produtor do Camarote Tribuna, encarregado de acompanhar a obra de montagem do espaço e, durante os dias de show, controlar o acesso dos convidados e trabalhadores.
Seu contrato é de um mês e ele acredita que vale a pena. “Mais pelos contatos que pelo salário. É um festival em que todo mundo quer estar. É bom para fazer networking, conhecer empresas e agências de fora da Bahia para trabalhos posteriores”, explicou.
Ele é produtor freelancer – “neste mercado, é melhor trabalhar por evento do que em uma agência fixa, o rendimento é 70% maior”, destacou – e, para 2014, está com contratos fechados até o mês de junho.
Situação diferente da de Nurielena Giron, estudante de Administração, 30 anos, que pela primeira vez trabalha no evento. Ela ocupa uma vaga de produtora de montagem, responsável por orçar e acompanhar a montagem dos estandes. Ela já tinha interesse em conhecer os bastidores do evento, mas ajudou o fato de estar de férias no período de trabalho e, claro, “gostar de festa e de shows”.
“É uma experiência única. Lido com grande diversidade de demandas e de pessoas e, também, diretamente com o público”, falou. “Acredito que para a área de administração é uma oportunidade de grande valia, embora que, para mim, tenha mais valor pessoal que profissional”, garantiu.