Festival reúne mulheres bateristas e percussionistas
Divulgar a música feita por mulheres bateristas e percussionistas é o principal mote do Girls on Drums, festival que chega a Salvador nesta quarta-feira, 20, às 19h, com ingressos a R$ 30 (inteira). O Teatro Jorge Amado, na Pituba, recebe a sexta edição do evento criado em Curitiba, em 2010, atualmente considerado o maior do gênero na América Latina.
A programação local do evento tem como destaque o som feito por instrumentistas baianas. Leny Oliveira, Rosemeire Silva e Daniela Penna abrem a noite apresentando um groove de percussão.
Em seguida, sobem ao palco as bateristas Michelle Abu e Patrícia Teles, que participaram de edições anteriores, em Curitiba e São Paulo, respectivamente. A paulistana Camila Teixeira também se apresenta no evento.
“O festival é o primeiro do Brasil, maior da América Latina, e está incentivando muito as mulheres a tocarem, quebrarem o paradigma de que a bateria é instrumento de homem. O Girls on Drums abre portas pra isso”, afirma Patrícia, que já tocou com algumas bandas e atualmente está focada em seu novo projeto autoral, a banda Two Drummers in the House.
Quando começou a tocar, no ano 2000, ela desconhecia meninas que também se dedicassem à bateria. “Comecei a tocar meio que solitariamente, não tinha internet e a gente não tinha conhecimento. Com a internet, e principalmente o YouTube, começaram a surgir muitas bateristas”, explica Patrícia, que assina a coprodução do projeto em Salvador.
Cena brasileira
Segundo Joel Jr., criador e produtor do Girls on Drums, o festival ajudou a movimentar a cena feminina de bateristas. “Antes do evento, a gente tinha várias meninas tocando, algumas até com destaque no cenário nacional. Depois do festival, muitas começaram a aparecer mais, conseguir uma boa relação com as marcas”, diz.
A intenção dele é fazer o festival circular pelas principais capitais brasileiras. “Salvador não poderia ficar de fora. Incluímos também na programação a questão da percussão, porque é muito forte na música da terra”, afirma o baterista e educador.
Cada participante tem 20 minutos para se apresentar e mostrar o seu talento. “A escolha dó repertório é livre, o evento não tem um estilo musical. Ele tem a cara das meninas. Se elas quiserem tocar rock, vai ser rock, axé, vai ser axé”, explica Joel Jr.
Como é a primeira vez que um evento deste porte acontece em Salvador, Patrícia Teles se diz curiosa em relação ao público que vai comparecer ao Teatro Jorge Amado.
“É um evento cultural mais até do que artístico. É uma surpresa, a gente não sabe o que nos espera em relação ao público, que certamente terá instrumentistas e curiosos”.
O evento tem como objetivo potencializar a presença feminina no cenário da bateria e da percussão, a partir de um encontro com diversas gerações de bateristas mulheres. A edição baiana é realizada em parceria com a produtora Agosto.
Fonte: A Tarde