Festival Terras sem Sombra em preparação para 2014
Os “grandes elementos da música”, desde a polifonia renascentista até à vanguarda da segunda metade do século XX, vão ser o foco da edição do próximo ano do Festival “Terras sem Sombras”, por ocasião do 10.º aniversário.
O festival, centrado na música sacra, realiza-se, anualmente, em vários concelhos do Baixo Alentejo, numa organização do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (DPHADB).
Considerado o maior festival de música sacra em Portugal, com concertos em igrejas da região, além da realização de outras atividades, o evento decorreu, este ano, entre março e julho.
Em comunicado divulgado hoje, o DPHADB disse que o programa da edição de 2014 já está a ser preparado, tendo decorrido uma reunião do Conselho de Curadores do festival, onde foi também feito o balanço dos 10 anos do projeto.
A propósito do próximo ano, altura em que o certame cumpre uma década de existência, o DPHADB explicou que o diretor artístico, Paolo Pinamonti, definiu como tema central “os grandes elementos da música”.
“Pinamonti desenhou um programa que se estende desde a polifonia renascentista a Morton Feldmann, no coração da vanguarda da segunda metade do século XX”, revelou a entidade promotora.
Segundo José António Falcão, responsável pelo DPHADB, esta seleção atinge “o âmago de um dos problemas mais dilacerantes da consciência contemporânea, a ausência do transcendente numa sociedade que proclamou a morte de Deus, mas não consegue sossegar sem Ele”.
Na sua 10.ª edição, o que coincide com a celebração dos 30 anos de trabalho do DPHADB, o “Terras sem Sombra” promete ainda “experiências estéticas diversificadas”.
A qualidade e a diferenciação dos concertos vão ser enriquecidas, de acordo com os promotores, que revelaram ainda, sem adiantar pormenores, que as iniciativas do festival vão obedecer a “nova calendarização”.
O Conselho de Curadores, presidido por Armando Sevinate Pinto, ex-ministro da Agricultura e consultor do Presidente da República para a Agricultura e o Mundo Rural, “pondera um início mais antecipado da temporada musical”, pode ler-se no comunicado.
Ao mesmo tempo, está também “a ser redefinida a itinerância do projeto, mas com a promessa da integração de novas localidades que já manifestaram interesse” em acolher ações do festival.
Relativamente à edição deste ano, o DPHA disse ter superado “todas as expectativas”, com “um resultado francamente positivo” e a “adesão massiva de espetadores”.
“As gentes alentejanas querem claramente, a todo o custo, manter vivo o ‘Terras Sem Sombra’. Não podemos esquecer que, para muitos habitantes da região, um território que ama a música, esta é a única ocasião para assistir a um concerto ao vivo”, frisou José António Falcão, o responsável do DPHADB.
Diário Digital com Lusa
Fonte: Diário Digital