30/09/2013
Por: portal

Grande Festival da Orquestra Nacional Russa

Em Moscou realiza-se pela quinta vez o Grande Festival da Orquestra Nacional Russa. E da mesma maneira que anteriormente, quando se trata dos concertos da orquestra conduzida pelo maestro Mikhail Pletnev, já nas proximidades do Conservatório e da Sala Tchaikovsky as pessoas perguntam “se a gente não tem por acaso um ingresso a mais”.

Os ouvintes permanentes do nosso programa conhecem a obra criadora deste conjunto. Quanto a outros, vamos lembrar que a Orquestra Nacional Russa foi fundada por Mikhail Pletnev em 1990. Durante a sua história de quase um quarto do século, o conjunto granjeou a fama internacional e o reconhecimento incondicional do público e dos críticos. Em 2004 a Orquestra Nacional Russa foi o primeiro conjunto sinfônico da Rússia a granjear o prêmio Grammy – a condecoração musical mais prestigiosa do mundo.

A revista Gramophone, considerada o periódico europeu mais prestígio na esfera de musica, no seu balanço dos resultados de 2008 incluiu a Orquestra Nacional Russa na lista de vinte melhores orquestras do mundo. “Isto chega a despertar a devoção – seria possível que os simples mortais tocassem desta maneira?”, comentou a revista.

A Orquestra Nacional Russa colaborou com os maiores intérpretes mundiais, incluindo Montserrat Caballé, Plácido Domingo, José Carreras, Dmitri Khvorostovsky, Gidon Kremer, Vadim Repin e muitos outros. Esta orquestra já foi conduzida por melhores regentes da atualidade. Um deles, o maestro Kent Nagano, referiu da seguinte maneira a Orquestra Nacional Russa com que tinha se apresentado várias vezes.

“Sente-se que a Orquestra Nacional Russa tem um caráter seu, muito bem expresso. Com a sua interpretação a orquestra faz lembrar que a cultura russa é uma mais maiores do mundo. Com efeito, a sua interpretação é brilhante, são profissionais de mais alto quilate, a orquestra inclui, sim, muitos solistas excelentes – mas por trás de tudo isso há algo mais: a tradição de uma grande cultura que se ouve no seu performance.”

O fundador, dirigente artístico e condutor da orquestra Mikhail Pletnev é um dos intérpretes mais brilhantes da atualidade que combina os talentos incomuns de pianista, de regente e de compositor. Detentor da medalha de ouro do Sexto Concurso Internacional Tchaikovsky na classe de piano, antes de criar a sua orquestra Pletnev apresentou-se com programas solo nos melhores palcos do mundo. Mas depois do surgimento da Orquestra Nacional Russa Pletnev praticamente deixou a carreira de pianista e dedicou-se exclusivamente à regência.

O programa do Quinto Grande Festival da Orquestra Nacional Russa incluía o miniciclo dedicado ao compositor Aram Khachaturyan que iria completar neste ano 110 anos.

“É impossível imaginar o mundo belo e grande de musica sem as suas obras, disse o compositor Rodion Schedrin referindo-se a Khachaturyan. – Elas tornaram-se uma parte inalienável do tesouro da arte mundial do século XX. Quem de nós não sentiu de alguma maneira a influência poderosa da sua individualidade criadora”.

A Orquestra Nacional Russa executou no festival as suítes dos famosos balés de Khachaturyan “Gaiané” e “Espartaco”, assim como a suíte da música que acompanha o drama de Lermontov “O Baile de Máscaras”, cujo fragmento tinha aberto a parte musical deste programa.

E agora queiram ouvir o adágio de Espartaco e Frigia do balé “Espartaco”, música de Khachaturyan. A Orquestra Nacional Russa interpreta esta obra sob a regência do maestro francês Alain Altinoglu, que apesar da sua idade moça já tinha granjeado a fama mundial.

Já é tradicional a participação das estrelas da música clássica nas apresentações do Grande Festival da Orquestra Nacional Russa. Neste ano o festival conta com a participação da pianista francesa Helen Grimaud, da famosa cantora canadense Measha Brueggergosman e da famosa violinista alemã Isabelle Faust.

Num dos concertos do festival apresentou-se o glorioso conjunto “Kremerata Báltica” e o seu fundador, o eminente violinista Gidon Kremer, que toca um violino, criado por Niccolo Amati em 1641.

Nesta noite a Orquestra Nacional Russa foi apresentada pelo seu dirigente artístico e condutor Mikhail Pletnev. Dois intérpretes de destaque executaram o solo juntamente com o conjunto “Kremerata Báltica”: Kremer tocou a “A arte de fuga” de Bach, e Pletnev, o “Concerto para piano e orquestra de Haydn”.

Na segunda parte do concerto os músicos interpretaram a última sonata para o violino e piano de Beethoven e a “sonata em lá maior” de Schubert.

No entreato entre as duas partes do sarau de câmara com a participação da “Kremerata Báltica” podia-se adquirir o livro de Gedeon Kremer “Confissões de um miragista”, lançado pela editora moscovita NLO. Este já é quarto livro deste músico, graduado do Conservatório de Moscou e aluno de David Oistrakh.

Durante a coletiva de imprensa, que antecedeu o Festival da Orquestra Nacional Russa, Kremer foi solicitado a comentar o lançamento do seu livro novo.

“É difícil exprimir agora tudo que amadurecia durante anos e foi emendado durante muitas noites em claro, disse o músico. – O epigrafo do livro é bastante lacônico e universalmente conhecido: “Ser famoso é feio”. Agora em toda parte são requeridos nomes e eles se vendem. A quantidade virou mais importante do que qualidade. Esta doença é global. O livro encerra considerações sobre este tema e sobre tudo que diz respeito à vida musical, a tudo que me acompanhou durante décadas da minha atividade na qualidade de interprete.

O problema não consiste em ser requisitado ou ter êxito. Sinto respeito profundo por Mikhail Pletnev que simplesmente serve à música em cada um dos seus concertos, em cada ensaio, em cada toque no teclado ou na partitura. Ele é exceção entre muitos nomes conhecidos que embelezam a si próprios com a música. Ele dedica-se à música”, diz Gidon Kremer.

Fonte: Rádio – Voz da Rússia

 





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