Histórias de grandes clássicos da música estão no livro ‘1965’
Entre os anos de 1965 e 1969, o rock viveu o seu auge. Foi o momento mais promissor artisticamente, com experimentações acontecendo em vários cantos do mundo, e de maior alcance de público – com grandes festivais marcantes, especialmente Woodstock.
O livro “1965 – O Ano Mais Revolucionário da Música” (Leya), do jornalista americano Andrew Grant Jackson, mostra como foi o início dessa fase tão marcante para a cultura ocidental. Com uma linguagem bastante convidativa, ele lembra que 1965 foi o ano em que foram lançadas algumas das músicas mais importantes da história – como “Like a Rolling Stone”, de Bob Dylan, “Satisfaction”, dos Rolling Stones, “You’ve Lost That Lovin’ Feeling”, dos Righteous Brothers, e “I Got You Babe”, de Sonny e Cher.
O interessante é que Jackson não se restringe ao rock americano e inglês e mostra como o ano foi marcante para outros gêneros em seu país, como jazz, country e soul. Destaca a Motown, a mais importante gravadora da música negra, que viu as Supremes alcançarem o topo das paradas em 1965 com três músicas. Trata ainda do genial saxofonista John Coltrane, que naquele ano lançou o espiritualista álbum “A Love Supreme”.
Beatles e Bob Dylan tomam um espaço considerável nas 336 páginas do livro, mas não somente por serem os artistas mais geniais e transformadores do século 20. Foi em 1965 que o artista americano conheceu o quarteto inglês e ficou mais claro quanto eles se influenciaram.
Mais do que maconha, Dylan apresentou para os Beatles novas possibilidades estéticas e de discurso. Por outro lado, os ingleses mostraram ao poeta do folk a força do rock. Foi em 1965 que Dylan começou a usar a guitarra elétrica – e, por isso, recebeu vaias históricas no Festival de Newport.
O encontro é um exemplo do porquê da efervescência artística daquele momento. Todos se influenciavam, todos buscavam o novo, todos queriam surpreender. Não havia somente a preocupação em agradar e vender discos. Gênios como Brian Wilson, Pete Townshend e John Lennon queriam ser inovadores.
Personagens
Ao não focar apenas personagens da indústria musical, “1965” acaba fazendo um bom retrato das transformações sociopolíticas do momento nos Estados Unidos. O assassinato de Malcom X, a luta dos negros pelo direito ao voto sem restrições, a popularização da arte de Andy Warhol são algumas temáticas abordadas. Não poderia ser diferente: a música apenas reflete a movimentação cultural, política e social de sua época.
Confira algumas músicas importantes de 1965:
Fonte: Hoje em Dia