Música antiga vende mais do que lançamentos. E o vinil está lá

Dados sobre a indústria dos EUA mostram que o consumo está mudando: apelo nostálgico impulsiona venda de mídia física

Em 2015, pela primeira vez na história, os discos de catálogo (os que foram lançados há mais de 18 meses) venderam mais do que os lançamentos. Foram vendidos 122,8 milhões de discos de catálogo (lançados há mais de 18 meses) contra 118,5 milhões de lançamentos – uma diferença de 4,3 milhões. O cálculo leva em conta os discos físicos e aqueles vendidos digitalmente.

Os dados são do levantamento anual sobre música feito pela consultoria Nielsen, e mostram que os nostálgicos têm comprado mais. Para se ter uma ideia, há dez anos, lançamentos venderam 150 milhões a mais do que os álbuns de catálogos.

A tendência já havia aparecido em 2014, com as vendas de música no iTunes. Desta vez, no entanto, ela foi percebida em todos os segmentos da indústria musical.

Venda de discos físicos tem um apelo diferente do temporal

Uma das razões é o ressurgimento dos vinis: só na primeira metade de 2015, as vendas de discos aumentaram 52% nos EUA: foram 9 milhões de discos vendidos.

‘Dark Side of the Moon’, clássico de 1973 do Pink Floyd, foi o terceiro álbum em vinil mais vendido dos EUA. Foram 50 mil cópias vendidas só em 2015, segundo a Nielsen. Isso mostra que a compra de música em formatos físicos está ligada à posse de uma cópia de um disco querido, e não necessariamente ao que está no topo das paradas ou está na moda.

Em relação a música digital, o cenário é um pouco diferente: os lançamentos ainda são os mais consumidos pelo público.

MUDANÇAS NO MERCADO FONOGRÁFICO #

A diferença, no entanto, é que os lançamentos só superam as músicas mais antigas quando se fala na compra de álbuns inteiros. No caso de faixas avulsas, também são as antigas que vendem mais.

Segundo a pesquisa, os serviços de streaming de áudio cresceram 83% em relação a 2014. E, no caso dos serviços de streaming, quando as pessoas têm acesso fácil a qualquer música de qualquer época, os discos de catálogo dominam muito mais: 70% dos “plays” são em discos lançados há mais de 18 meses.

Lançamentos recentes mostram que a indústria está de olho nos nostálgicos. No fim de 2015, finalmente o catálogo dos Beatles foi disponibilizado no Spotify. Em 2014, o lançamento do último disco do U2, Songs of Innocente, também provocou um aumento nas vendas dos discos mais antigos da banda – 24 deles ficaram entre os 200 mais vendidos no iTunes.

Fonte: Nexo Jornal